Edição 299
Integração global e fortalecimento do Judiciário
11 de julho de 2025
Tiago Santos Salles Editor-Executivo

Nesta edição, trazemos matéria especial sobre o 30o Seminário de Verão de Coimbra, marco histórico na trajetória de um evento que se consagrou como um dos mais importantes para o Direito brasileiro e o português. Ao longo desses anos, o Instituto de Pesquisa e Estudos Jurídicos Avançados (Ipeja) e a Universidade de Coimbra promovem esse encontro, que conta com a participação de ministros das cortes superiores, além de magistrados dos demais tribunais nacionais para debater temas que afetam o Direito em amplo espectro.
Falar sobre isso nos leva, necessariamente, a uma reflexão sobre a relevância da participação do Brasil em eventos jurídicos internacionais. O envolvimento de juristas, magistrados e operadores do Direito em eventos realizados no exterior, tem-se consolidado como um diferencial enriquecedor para o Poder Judiciário e para todo o Sistema de Justiça brasileiro. Essas iniciativas não apenas promovem a valorização do pensamento jurídico, mas também fortalecem a cooperação institucional e cultural entre países.
Os temas mais recentes abordam aspectos cruciais no momento atual, sobretudo as mudanças geopolíticas, as alterações climáticas, as desigualdades socioeconômicas – em especial, no sentido de garantir pleno acesso aos direitos fundamentais –, a revolução digital e as possíveis influências da Inteligência Artificial nas atividades da judicatura, entre outros temas que são preocupação central de todos aqueles que trabalham diuturnamente em nome da justiça social.
Portanto, esses encontros permitem a aproximação de práticas jurídicas comparadas, fomentando reformas e ampliando a qualidade da prestação jurisdicional; contribuem para o fortalecimento de redes institucionais e acadêmicas, com impacto na legislação e execução judicial; possibilitam a disseminação de práticas inovadoras e a aplicação de soluções jurídicas internacionais aprimoradas no contexto nacional, que venham trazer soluções para os principais problemas da atualidade; e, ainda, o aprendizado de experiências internacionais pode resultar em adaptações concretas no Brasil, seja na adoção de novos marcos regulatórios ou no aprimoramento de políticas judiciais.
Para os participantes, há a oportunidade de acesso a novas ideias e práticas, uma vez que a exposição a debates internacionais amplia a visão crítica e cultural e, ainda, gera-se efeitos na formação continuada de magistrados, em alguns casos fornecendo certificação internacional. Esse ganho também agrega prestígio e reforça a confiança pública nos operadores do Direito. E, claro, são uma ponte para parcerias que podem originar cooperação técnica entre tribunais e universidades.
Em resumo, a participação brasileira em eventos jurídicos no exterior pode ser traduzida em estratégia institucional e, por que não, prestígio acadêmico. A troca de conhecimento, o intercâmbio cultural e o fortalecimento de redes internacionais potencializam a eficiência e a qualidade do Judiciário no Brasil. Os reflexos são sentidos tanto no aperfeiçoamento técnico quanto na construção de uma justiça mais moderna, segura e conectada ao contexto global.
Leia ainda nesta edição – A edição de julho traz reportagens sobre a mais recente edição da Caravana Nacional da Cooperação Judiciária, na sede do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, e sobre o lançamento do livro comemorativo dos 20 anos do CNJ, organizado pela Revista Justiça & Cidadania.
Confira, ainda, a cobertura da primeira edição do Encontro Nacional da Rede de Inteligência do Poder Judiciário, evento organizado pelo CNJ com o objetivo de debater propostas para aprimorar o trabalho dos Centros de Inteligência, e da reunião do Observatório Nacional da Saúde que discutiu os desafios dos tribunais estaduais.
Leia, também, artigos sobre o Marco Legal dos Seguros, a nova ferramenta de IA do Supremo Tribunal Federal, os enunciados aprovados na primeira edição da Jornada de Direito Desportivo e muito mais! Boa leitura!
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