Conselhos Nacionais do Ministério Público e da Magistratura e a consolidação da unidade institucional

11 de julho de 2025

Tarcísio Bonfim Presidente da Conamp

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A criação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2005, representou ponto de inflexão na história do Ministério Público e da Justiça brasileira. Frutos da Reforma do Judiciário, ambos os conselhos instituíram novas formas de governança, transparência e organização institucional. Vinte anos depois, o que antes era promessa constitucional consolidou-se como realidade transformadora e âncora da unidade institucional.

O CNMP se afirmou como importante instrumento de unidade institucional do Ministério Público. Observando a autonomia funcional de seus membros, tornou-se referência na promoção de boas práticas, na articulação nacional e na definição de parâmetros de atuação. Sem preteri-lo, porque essencial, deu um salto do papel correcional que exerce para atuação indutora de políticas públicas voltadas à proteção de direitos, à defesa do patrimônio público, à inclusão social e à inovação institucional.

O CNJ, por sua vez, contribuiu decisivamente para que o Poder Judiciário adotasse mecanismos modernos de gestão, ampliasse o acesso à Justiça e incorporasse a tecnologia como aliada de prestação jurisdicional mais ágil e eficiente. O desenvolvimento de sistemas nacionais, a coordenação de metas, a indução de políticas públicas e o incentivo à digitalização demonstram a amplitude de sua atuação. Trata-se de um conselho que, ao longo dos anos, assumiu a responsabilidade de pensar o Judiciário como um sistema integrado, orientado pelo interesse público e guiado por dados.

Ambos os conselhos não apenas cumpriram seus mandatos constitucionais, mas superaram expectativas e redefiniram padrões. Ao exercerem controle administrativo e financeiro, também fortaleceram a cultura de prestação de contas, da integridade, de diálogo federativo e de planejamento institucional.

Incorporaram, ao dia a dia das instituições, temas como equidade, diversidade, resolutividade, inovação e acesso à informação como diretrizes permanentes, promovendo avanços que se tornaram estruturais.

Celebrar os 20 anos do CNMP e do CNJ não é apenas reconhecer marco cronológico, mas afirmar a importância de instituições que ajudam a consolidar o Estado Democrático de Direito. Em um cenário marcado por transformações tecnológicas, complexidade social e desafios institucionais crescentes, os conselhos continuarão a desempenhar papel estratégico na preservação da legitimidade e na evolução das funções essenciais à Justiça.

O tempo já provou que essas duas instituições contribuíram na forma como o Ministério Público e a Justiça se organizam e se projetam na defesa da sociedade brasileira. Que os próximos anos sejam de continuidade, aprimoramento e aprofundamento de uma missão que já mostrou a que veio: tornar nossas instituições mais transparentes, eficientes, acessíveis e comprometidas com os direitos de todos.

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