Edição

A moralidade pública

30 de junho de 2008

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O país vive hoje, na questão da moralidade pública, um dos momentos mais cruciais, devido à falta comprovada de compostura e credibilidade – para não dizer da desonestidade que ocorre em profusão em vários setores da administração pública – notadamente no Poder Executivo, assim como nos Legislativos federal, estaduais e municipais.
Os escândalos que comumente espocam nestes órgãos são de fazer corar um frade de pedra. Há exemplos de corrupção no abuso escancarado do uso do poder econômico pelos detentores de cargos públicos, atingindo ministros de Estado, governadores, prefeitos, senadores, deputados, vereadores e com ramificações nas camadas mais insignificantes do funcionalismo público, que se locupletam dos dinheiros do erário com o maior despudor já visto na história republicana.
Hoje, os homens de bem, na sua maioria, fogem da política em razão da pecha desmoralizante que atinge a generalidade dos políticos. O dito por Rui Barbosa está presente nestes momentos desditosos da vida brasileira, quando a sua prédica é lembrada, infelizmente, com profunda tristeza.
Entretanto, enquanto a questão da contundente imoralidade vem à tona, como se constata quase que diariamente pelas nauseabundas notícias nos jornais e na televisão, felizmente estão surgindo movimentos cívicos em vários setores da sociedade, que redundam em fundadas esperanças de que nem tudo está perdido.
São louváveis as iniciativas das conceituadas entidades OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, ABI – Associação Brasileira de Imprensa, AMB – Associação dos Magistrados Brasileiros, AJUFE – Associação dos Juizes Federais do Brasil, ANADEP – Associação Nacional dos Defensores Públicos, CONAMP – Associação Nacional dos Membros do Ministério Público e a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, de se congregarem no sentido de conseguir, em subscrição pública, a coleta de UM MILHÃO E TREZENTAS MIL ASSINATURAS para ingressarem com emenda popular perante o Congresso Nacional, a fim de conseguir aprovação de leis moralizadoras entre outras, como a de regulamentar a lei eleitoral com objetivo de expurgar da vida pública políticos desclassificados.
Outra extraordinária iniciativa foi promovida pelo Instituto Innovare com o lançamento da quinta edição do PRÊMIO INNOVARE, sob o tema “JUSTIÇA PARA TODOS: Democratização do Acesso à Justiça e Meios Alternativos para Resolução de Conflitos”  – com o objetivo de identificar, premiar e divulgar práticas do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia que estejam contribuindo para a melhoria da eficiência e eficácia da prestação jurisdicional aos cidadãos.
São fatos como estes que fazem recrudescer a esperança de que a dignidade prevalecerá contra a imoralidade.