Edição

A displicência e imprudência no Brasil

31 de março de 2006

Compartilhe:

Agora que o Governo resolveu oficializar o desmembramento da Amazônia, oferecendo terra sagrada a quem “pagar mais”, temos que voltar ao assunto, e com urgência. Para isso, nada melhor do que lembrar, repetir e republicar o que alguns bravos militares que conhecem a Amazônia a fundo falaram, escreveram, protestaram revoltados.

Peço que se leia com atenção o que o Coronel Figueiredo lembrou na ABI, mostrando como o mundo inteiro está esperando ganhar o Prêmio Nobel da Cobiça com o nosso território. E nós, ouvindo calados, com exceção de algumas vozes.

1981

“A Amazônia é um patrimônio da humanidade. A posse desse imenso território pelo Brasil, Venezuela, Peru, Colômbia e Equador é meramente circunstancial”.

Conselho Mundial das Igrejas Cristãs

1983

“Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, seus territórios, suas fábricas”.

Margareth Thatcher, ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha

1989

“Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós”.

Albert (AL) Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos.

“ O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia”.

François Mitterrand, ex-presidente da França

1992

“As nações desenvolvidas devem estender o domínio  dali ao que é comum de todos no mundo. As campanhas ecológicas internacionais sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandística para dar início imediato a uma fase operativa que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região”.

John Major, ex-primeiro-ministro da Grã Bretanha.

1994

“Os países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Terão que montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidos de consecução de seus intentos”.

Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos E.U.A.

1996

“Atualmente avançamos em um ampla gama de políticas, negociações e tratados de colaboração com programas das Nações Unidas, diplomacia bilateral e regional de distribuição de ajuda humanitária aos países necessitados e crescente participação da CIA em atividades de inteligência ambiental”.

Madeleine Albright, ex-secretária de Estado dos E.U.A.

1998 

“ Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente dos Estados Unidos, temos de estar prontos para interromper este processo imediatamente”.

General Patrick Hugles, Che do Orgão Central de Informações das Forças Armadas dos E.U.A.

2005

“ A Amazônia e as outras florestas tropicais do planeta deveriam ser consideradas bens públicos mundiais e submetidas à gestão coletiva, ou seja, gestão de comunidades internacionais”.

Pascal Lamy, comissário da União Européias na Organização das Nações Unidas

Tudo que está publicado  foi dito com bravura e competência pelo Coronel Figueiredo na ABI. Não pedi autorização a ele, ao jornalista Mauricio Azedo, nem a ninguém, porque a luta não é individual e sim coletiva. Só com esforço redobrado, triplicado e atento podemos sair vitoriosos.

Não custa repetir Charles Dickens em 1911: “Sou antiimperialista e apaixonado pela paz. Mas irei à guerra se invadirem o meu país”.