Cabral, o Cidadão do Mundo

30 de novembro de 2009

Presidente da Academia Amazonense de Medicina, Benemérito da Academia Nacional de Medicina

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No momento em que o mundo comemora vinte anos do fim da cortina de ferro e da derrubada do muro de Berlim, a Associação Internacional dos Juristas (WJA), comemora os primeiros dez anos do monumento alusivo à paz mundial.
Edificado em 1999, na fronteira da Áustria com a Hungria, teve por objetivo homenagear personalidades das Ciências Jurídicas que tenham contribuído na luta pela defesa  dos direitos humanos para todos os povos e nações.
Composto de pedra römerstelnbruch (uma das riquezas minerais do local) e erigido na cidade St. Margarethen na divisa com a cidade de Sopron —  local do primeiro ponto do separatismo europeu resultante do conflito da Guerra Fria (capitalismo versus socialismo) — esse monumento tem gravado, dentre os luminares do Direito internacional, o nome do nosso conterrâneo José Bernardo Cabral, que é indiscutivelmente  uma das inteligências mais lúcidas nascidas na Manaus do Amazonas brasileiro.
Esse galardão, com certeza, lhe foi concedido em reconhecimento pela contribuição dada à redemocratização e à consolidação da democracia no Brasil, respectivamente, nas funções de Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Relator da  Comissão de Sistematização da Assembleia Nacional Constituinte,  Ministro da Justiça e Senador da República
Cabral a partir  daquele momento, escolhido por aclamação, passou a presidir a Casa Maior do Direito Internacional no solo brasileiro, função que permanece exercendo até o presente momento.
O marco da paz no bordo Austro-Húngaro foi construído no último ano do século XX, no momento em que o mundo comemorava dez anos do fim daquela página infeliz da história universal. Ao comemorar o seu primeiro decênio e duas décadas do fim daquele modelo esdrúxulo de separatismo, a WJA facultou aos homenageados vivos que propusessem nomes para somarem-se aos seus como prova de colaboração indelével à luta em favor dos direitos humanos.
Aí, o nosso herói numa demonstração de reconhecimento a quem o acompanha não só nessa luta mas em todas as missões que abraçou no correr da vida, e fazendo justiça passou a dividir o laurel com a sua amada, consorte  e companheira de todas as horas: a respeitabilíssima senhora Zuleide da Rocha Bernardo Cabral,  que passou a ter também o seu nome gravado naquele monumento.
No ano de 1999, brasileiros ilustres como o jornalista Phelippe Daou e o Ministro Ilmar Galvão (representando o Supremo Tribunal Federal) estiveram presentes àquela sessão memorável. Recentemente em 24 de outubro de 2009 minha esposa e eu tivemos a honra e a alegria de sermos testemunhas oculares do segundo capítulo dessa meritória e merecida homenagem.
E, para fechar com chave de ouro a efeméride, o Embaixador do Brasil na Índia — o diplomata Marco Brandão — ao oferecer ao homenageado ágape de reconhecimento ao mérito, de forma sincera, assim se expressou: “Se o Brasil hoje alcançou o grau de credibilidade que possui, inclusive no Continente Asiático, é porque tem uma Constituição cidadã que lhe dá estabilidade política, econômica e social, assim como segurança aos investidores, e isso faz com que todos os brasileiros sejam devedores do Relator-Geral da nossa mais recente Carta Magna”.
Fatos como esse, realmente fazem com que todos os nascidos na terra de Ajuricaba tenham muito orgulho de serem amazonenses.
Cabral, a história, efetivamente, já te consagrou como IMORTAL!