Vítimas do pouco caso

8 de abril de 2013

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RESUMO

O racismo não surgiu de hoje e sim de séculos atrás, ter algum comportamento de hostilidade e menosprezo em relação às pessoas ou grupos sociais os leva a sérias consequências, como a cadeia. Na sociedade brasileira algumas pessoas são vítimas do pouco caso, refiro-me a fatores que ocasionam humilhação, agressões e menosprezo, isso são atos desumanos, que infelizmente, algumas pessoas de mente inferiores praticam. A intolerância, o racismo e a xenofobia são problemas que desafiam a sociedade, fazendo com que o mundo viva vários conflitos, onde vítimas sofrem com essas realidades e exclusões sociais.

            “Na luta contra o racismo, o silêncio é omissão”.

                                                    (Jacques d´Adesky)

PALAVRAS CHAVES: Racismo, xenofobia, intolerância, vítimas, pouco caso.

ABSTRACT

The racism is not a question of nowadays. It has its origin many centuries ago. To express some hostility behavior in relation to other people and certain social groups brings us serious consequences, the prison, for instance. In Brazilian society, some people are victims of indifference; I refer to factors which cause humiliation, aggressions, inhuman acts which some people put into practice. The intolerance, the racism, and xenophobia are social challenge problems, making the world a place full of conflicts where victims suffer with this reality and social exclusion.

Key words: Racism, Intolerance, Xenophobia, Victims, Indifference.

INTRODUÇÃO

Segundo Jacques e colaboradores (2002) o racismo, a intolerância e a xenofobia são questões que mostram que o Brasil está longe de ser um país de tolerância e da democracia racial. O Brasil apresenta um grande índice de discriminação racial e desigualdades sociais, onde últimas sofrem de preconceitos e agressões físicas todos os dias.

Na sociedade brasileira a tolerância pode ser vista, como uma luta contra todas as formas de discriminação, onde essa tolerância é baseada no respeito ao outro e em aceitar particularidades e diferenças.

De acordo com Jacques e colaboradores (2002) na sociedade brasileira a tolerância pode ser vista, como uma luta contra todas as formas de discriminação, onde essa tolerância é baseada no respeito ao outro e em aceitar particularidades e diferenças.

RACISMO

O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré-concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foram utilizadas muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade. (D’ ADESKY, Jacques; 2002).

De acordo com COSTA (2009, p.1):

Na avaliação de Mário Theodoro, os negros foram mantidos excluídos antes e depois da escravidão. “O negro saiu da escravidão para o desemprego”, disse lembrando que após a abolição da escravatura, em 1888, houve substituição da mão de obra negra pela força de trabalho imigrante; e que antes disso a Lei de Terras (1850) manteve as terras com os senhores que ganharam à propriedade quando o país era colônia de Portugal. Os negros quando libertos não tiveram acesso a terra e ficaram sem trabalho, (“…)”.

O racismo está ligado a um comportamento de hostilidade e menosprezo em relação a pessoas ou grupos, os negros são vítimas frequentemente dessa intolerância sendo prejudicados por conta de sua cor, ou de sua situação financeira.

A seguir foram listados alguns fatos que representam o comportamento hostil presente no racismo:

“A estudante Ana Flávia Peçanha de Azeredo, negra, 19 anos, filha do governador do Espírito Santo (Albuíno Azeredo), foi agredida dentro de um elevador por dois moradores do prédio, onde um morador falou que preto e pobre lá não tinha vez, e ainda chamou a pobre moça de empregadinha. (A cinderela negra. VEJA; 1993).

 Essas pessoas que sofrem de racismo juridicamente possuem artigos em sua defesa, porém nem sempre estas defesas são aplicadas com a eficiência de uma conduta de imposição, ou seja, fazem pouco caso. Os direitos humanos precisam ser transferidos de uma dimensão teórica para a prática.

“No Brasil, segundo dados do governo, mais de 64% das crianças de cinco a 15 anos que trabalham, são empregadas domésticas e são negras. A maioria dessas crianças é pobre e abandona o estudo para obter alguma renda.” (CAUSA OPERÁRIA; 2008).

De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No Brasil o índice de empregadas domésticas negras é grande, no percentual de cada 100% de negras 75,6% não possuem carteira assinada, 15% possuem carteira assinada e os outros 9,4% tem curso superior ou estudam. Sem falar nos analfabetos que não foram constatados nessa pesquisa.

Por conta dessas atitudes o governo brasileiro criou a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, uma vez que reconheceu que existe discriminação racial no País, comprometendo – se assim, na III Conferência Mundial Contra o Racismo, Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, ocorrida em Durban em agosto de 2001, a implementar ações afirmativas específicas para as universidades.

XENOFOBIA

Na origem grega o termo xenofobia, significa “medo ou aversão ao estrangeiro”. Alimenta-se de estereótipos e preconceito em relação aos que são considerados desconhecidos e diferentes e traduz-se muitas vezes na rejeição, hostilidade ou violência contra pessoas originárias de outros países e regiões ou membros de minorias étnicas. (JACQUES; 2004).

A seguir foi listado um caso de xenofobia com vítima brasileira.

“Pai da brasileira Paula Oliveira, 26 anos, atacada por skinheads na noite da última segunda-feira na Suíça, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que sua família foi vítima de xenofobia. Segundo o ex-professor universitário e assessor parlamentar Paulo Oliveira, o fato de a filha estar falando com a mãe ao telefone celular, em português, pode ter atraído os agressores.” (REDAÇÃO, Terra; 2009.).

Alguns países adotam discurso xenófobo para instigar na população alguns sentimentos de ódio em relação aos estrangeiros e com isso, legitimar práticas como perseguições, confinamentos em bairros específicos e até mesmo banimentos. Nas duas últimas décadas na Europa Ocidental, observou-se um crescimento muito grande em relação à xenofobia em certos países chegam à expulsão de estrangeiros. (JACQUES; 2004).

INTOLÊRÂNCIA

É conhecida como a falta de respeito diante de pessoas que são julgadas como loucas pelo simples fato de se vestirem da maneira que gostam. A intolerância pode estar baseada no preconceito, podendo levar à discriminação. Formas comuns de intolerância incluem ações discriminatórias de controle social, como racismo e etc. Alguém pode ser intolerante a quaisquer idéias de qualquer pessoa. (JACQUES; 2004).

“A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa constatou que o caso mais grave é de um menino de treze anos que passou sete meses sendo alvo de intolerância religiosa pela própria professora nas dependências da FAETEC. O menino está em tratamento psicológico.” (IVANIR; 2007).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O racismo, o preconceito e a intolerância são realidades sociais apresentadas por uma série de fatos.

As temáticas apresentadas estão mostrando uma realidade perante a sociedade brasileira, onde vítimas estão sendo discriminadas e agredidas, essas pessoas possuem argumentos em sua defesa, são os chamados direitos humanos que precisam sair de uma dimensão teórica para a prática.

Essas pessoas são merecedoras de direitos iguais, pois elas acreditam em um país igual para todos.

“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.”

(Bob Marley)

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMO, Laís. Jovens negras são as mais afetadas pelo desemprego. Disponível em: <http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=16207>. Acesso em: 18 de agosto de 2009;

BORGES, Edson. MEDEIROS, Carlos Alberto. D’ ADESKY, Jacques; coordenação Wanderley Loconte. Racismo, Preconceito e Intolerância. São Paulo: atual, 2002.

COSTA, Gilberto. Mercado de trabalho perpetua desigualdade racial. Disponível em: <http://www.geledes.org.br/blog-do-geledes/pagina-1-2957746478873.html>. Acesso em: 20 de agosto de 2009;

RACISMO. Maiorias das jovens negras são empregadas domésticas.  Disponível em: <http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=5727>. Acesso em: 20 de agosto de 2009;

REDAÇÃO, Terra. Fomos vítimas da xenofobia, diz pai de brasileira agredida. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI3511217-EI188,00.html>. Acesso em: 19 de agosto de 2009;

Revista USP. Povo Negro. São Paulo. Dezembro/ fevereiro 95/96. Disponível em <http://www.usp.br/revistausp/28/09-fry.pdf>. Acesso em: 19 de agosto de 2009;

SANTOS, Ivanir. Crianças são vítimas de intolerância religiosa nas escolas. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/28614>. Acesso em: 20 de agosto de 2009;