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Instituto Cervantes promove encontros literários

5 de novembro de 2004

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O Rio de Janeiro foi cenário de algo há muito esperado pelos intelectuais cariocas e pelos leitores e admiradores das literaturas brasileira e espanhola. O Instituto Cervantes, junto com a Direção Geral do Livro do Ministério da Cultura espanhol, ofereceu, de 9 a 11 de novembro, os encontros literários “Narrativas da Cidade Contemporânea”, que consistiram de mesas redondas, com Carmen Posadas, escritora uruguaia, Paulo Lins, brasileiro, e Eric Nepomuceno, autor e tradutor brasileiro, na primeira noite do evento. Francisco Corral, diretor do Instituto Cervantes do Rio de Janeiro, foi o condutor da atividade e responsável pelas palavras de abertura da mesma.

Na segunda noite, os escritores eram o brasileiro Silviano Santiago, o espanhol José Ovejero e o tradutor espanhol José Luis Sánchez. Na última noite do evento, após a mesa redonda com Manuel de Lope, escritor espanhol, seu tradutor Ari Roitman e o escritor Antonio Torres, tomaram a palavra a imortal Nélida Piñon e César Antonio Molina, diretor geral do Instituto Cervantes em sua primeira visita ao Brasil, para ressaltar a importância da união entre as línguas e culturas de seus países. Nélida, que é de origem galega, demonstrou bastante entusiasmo ao destacar a iniciativa do governo espanhol em oferecer a possibilidade do intercâmbio entre as línguas (o evento foi bilíngüe) e as culturas dessas nações irmãs apesar da distância geográfica.

O diretor do Instituto Cervantes, César Molina, que endossou as palavras da escritora brasileira, logo após recebeu das mãos de Daniel López Jordá, presidente da CEG Gás Natural, o troféu Dom Quixote oferecido pela revista Justiça & Cidadania como prova do reconhecimento ao labor intenso e produtivo do organismo que dirige em todo o mundo e pela divulgação dos ensinamentos de Miguel de Cervantes. O editor da revista Justiça & Cidadania, Orpheu Salles, fez questão de mencionar os valores de justiça e lealdade que representam o personagem que inspirou a criação do troféu.

Molina agradeceu em nome do Instituto e da Espanha a honra recebida, lembrando que o Brasil tem muita importância para seu país. O coro infantil da Escola de Música da Rocinha encerrou o ato com canções em português e do folclore da língua espanhola.

A visita do diretor do Instituto Cervantes ao Brasil lhe ofereceu também a oportunidade de sentar-se com o presidente da Academia Brasileira de Letras, Ivan Junqueira, para que discutissem sobre a colaboração em projetos de interesse de ambas as instituições.

Ano que vem teremos a chance de ver a participação do Brasil nas comemorações do quarto centenário da que é considerada a maior obra universal de todos os tempos: o romance Dom Quixote. Os preparativos já começaram.